domingo, julho 31, 2005

Olhando a tarde de Julho

é límpido o trajecto do olhar
e a brisa esvoaçante
o calor esconde as sombras
e os coelhos
só o ribeiro passa
sem murmúrios.


Ericeira, 30 de Julho de 2005



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sábado, julho 30, 2005

Citando # 134


Pensa como pensam os sábios. Mas fala como falam as pessoas simples.

Aristoteles



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Citando # 133


O homem comum é exigente com os outros, o homem superior é exigente consigo mesmo.

Marco Aurélio



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Citando # 132


O homem está sempre disposto a negar aquilo que não compreende.

Luigi Pirandello



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sexta-feira, julho 29, 2005



Interior da capela



placa exterior



JUNTO À CAPELINHA DE N. SENHORA DA BOA VIAGEM E DE STO. ANTÓNIO

Tremia o trono do jovem rei
enquanto entre livros e caçadas
em Mafra ele se encasulava.
Súbito, numa manhã de vento,
por entre maresia e nevoeiro
o povo reverente acorreu
à capelinha por sobre as arribas.
Na praia o silêncio instalou-se
e nem as gaivotas esvoaçaram
o mar encolheu e acinzentou.
El-rei, de farda, a que não faltava
chapéu e espada
dando o braço a sua mãe
embrenhou-se no infinito
e na bruma da clausura.


Ericeira, 4 de Janº de 2003

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quinta-feira, julho 28, 2005

Veraneando



Entre pareos, azulejos e hortenses

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quarta-feira, julho 27, 2005

Diurnos # 7


Cala-te vento! Nunca o teu som se sobreporá ao ruído do oco gaguejar dos políticos!

Ericeira, Julho 05



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Citando # 131


O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que não tem, mas rejubila com as que tem.

Epicteto



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terça-feira, julho 26, 2005

Diurnos # 6


Há um calor abafado domindo a frescura da manhã e o silêncio que se sobrepõe aos pequenos ruídos. Por uns momentos sinto-me num paraíso!

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segunda-feira, julho 25, 2005

Impressão


a rabanada de vento afastou as nuvens
cosendo o sol à pele
simplicidades de verão


Ericeira, Julho de 2005



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domingo, julho 24, 2005

Recordando - Lago de Como


A saudade da beleza quando a montanha e o lago se fundem num cântico de neblina.



perspectiva do Lago de Como



Varenna




Domaso




Bellagio




Ossuccio - Isola Comacina


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sábado, julho 23, 2005

Mais um livro que aconselho


Ravelstein de Saul Bellow.

Para além do tema e da história uma escrita enxuta e solta cheia de beleza e muito longe do lugar comum.


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Citando# 130


Não se pode ensinar alguma coisa a alguém. Pode-se apenas auxiliar a descobrir por si mesmo.

Galileu



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quinta-feira, julho 21, 2005

Manias


Manias? Manias? Seguramente tinha várias mas tão banais que até a irritavam. Lembrava-se das amigas a contarem velhas manias e a rirem-se pelas tardes quentes de sol junto ao mar. Manias verdadeiras. Loucas. Digamos que algumas até bastante pindéricas. E ela? Nada. Não comia de nenhuma forma especial. Não tinha cores que a estimulassem ou lhe provocassem ínvios arrepios. As facas apontadas para ela por sobre a mesa, nada lhe diziam. As carteiras colocadas no chão eram-lhe indiferentes. Os locais onde se sentava eram apenas escolhidos ao sabor do momento. Os... As... nada! Era tão banal! Ao menos poderia inventar. Mas nada. Não tinha jeito. Não tinha pachorra. E o arzinho de desdém das outras!

Porque se lembrara disso agora, passados tantos anos? De repente um sorriso alargou-lhe os lábios enrugando-lhe a cara. Parva, parva! Estúpida! E porque não contara ela essa sua velha mania? Porque nunca olhara para isso como uma mania? Dizer-lhes que tantas ideias, tantas leituras - poesia, clássicos, livros proibidos, etc. – tinham tido raiz nessa mania. Uma crença. A sua mania era um local a que sempre fora fiel – a sanita!


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quarta-feira, julho 20, 2005

Sem título


há a sede
engasgando as palavras
buriladas


Ericeira, Junho 05



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segunda-feira, julho 18, 2005

Fantasma


Secam-lhe na boca as pedras
Palmira já não é
só o pó
e a areia cobrindo
o testemunho.

Zoé rodopia
por entre vento e silêncio
não é uma miragem
ali reinou
ali ergueu sua utopia
que o tempo
no deserto selou.

No seu rosto um sorriso ilumina-se.


Lisboa, Julho 05



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sábado, julho 16, 2005

Citando # 129


Não conhecer o próprio valor é ignorar-se a si mesmo.

Sócrates



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Citando # 128


A arte de vencer aprende-se nas derrotas.

Simon Bolívar



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Citando # 127


Il est bon que le temps qui s'écoule ne nous paraisse point nous user et nous perdre, comme la poignée de sable, mais nous accomplir. Il est bon que le temps soit une construction.

Antoine de Saint-Exupéry



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sexta-feira, julho 15, 2005

Recordando



Cordes-sur-Ciel, Franca


Aqui, uma pequena terrinha, a nordeste de Toulouse, tive o privilégio de ver uma exposição de mais de cinquenta desenhos de Picasso.

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quinta-feira, julho 14, 2005

Diurnos # 5


eu, personagem de mim, procuro-te no sol que lava a tecitura dos gestos e o grito do mar.

eu, personagem de mim, por entre linhas te enredo no esquisso que não desenhei.

eu, personagem de mim, rompo a bruma e estreito nos laços as palavras omissas.


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quarta-feira, julho 13, 2005

Sem título


não há páginas em branco
nelas está inscrito o futuro
e o som dos caracteres.


Julho 05



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Citando # 126


Si la vie humaine ne peut s'apprendre selon aucune méthode, si elle ne fait que s'inventer constamment, à tâtons, dans l'ignorance et le risque, cela signifie, évidemment, qu'elle est faite indissociablement, de solitude, de liberté et d'angoisse.

Roger-Pol Droit, Votre vie sera parfaite



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terça-feira, julho 12, 2005

Diurnos # 4


Entrei no ponto de fuga, viajo no infinito.

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Amarragens # 11



Aqui.

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segunda-feira, julho 11, 2005

Amarragens # 10


Hoje amarrei-me ao Eluard e a Robert Wasinger.

Aqui.


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Anoitecidos


A observadora está no ângulo errado da estrela polar. Na noite só me ilumina o farol e a lua e ânsia de que o espaço não se feche e as palavras não findem. Responde-me o clarão e o código é o barulho do mar ecoando no vento.

Ericeira, Julho 05



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domingo, julho 10, 2005

Recordando



Les Baux de Provence

Para a Soledade



”Nul ne traverse les Baux sans éprouver une nostalgie réelle car ici, l’œuvre du temps, plus qu’ailleurs, montre ce que deviennent les entreprises les plus ambitieuses : ruines de murailles et trouées sur le vide. Le soleil et le vent dévorent les pierres des orgueilleuses constructions des hommes. Seules demeurent les traces de leurs ambitions, de leur peur et leur solitude”


(T.Fréchier)




Sobre a história de Les Baux clicar aqui.








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sábado, julho 09, 2005

Microconto


- És oca! - disse-lhe ele.

- Então tu és burro, caíste no buraco!


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Citando # 125


La politique, c'est l'art d'empêcher les gens de se mêler de ce qui les regarde.

Paul Valéry



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quinta-feira, julho 07, 2005

Ainda os atentados de Londres


Tavistock Square, um dos lugares mártires dos atentados de Londres, tem no seu centro uma estátua de Ghandi. Há aqui qualquer coisa chocantemente contraditória.

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Londres



Na saida do metro de Edgware Road

A barbárie continua.


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Sem título


o que procuro no inconstante?
a velada sombra de uma estrela
no seu percurso de mareante.


Ericeira, Julho de 2005



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Citando # 124


C'est, pour chacun de nous, en partant de notre œil que commence l'espace qui va s'élargissant jusqu'à l'infini, espace présent qui nous frappe avec plus ou moins d'intensité et qui va immédiatement s'enfermer dans nos souvenirs et s'y modifier.

Henri Cartier-Bresson



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terça-feira, julho 05, 2005

Realidade



Joaquim toda a vida dera facadas no matrimónio. Mas agora era pior. Aquilo não era como das outras vezes. Era paixão. Era amor. Era ânsia. Era um estranho sentimento que o dominava.

O que fazer? Sempre estimara a mulher. Com nada lhe faltara. Dera-lhe tudo. O seu nome. Férias. Casas. Tudo o que ela quisera. E voltava sempre. E a pobrezinha que não desconfiava de nada! Sempre bela e acolhedora. Uma mulher perfeita!

Mas Joaquim sabia que agora tudo era diferente. Tudo teria de mudar. Não conseguia viver separado do seu novo amor. Não conseguia viver lado a lado com a mulher que há muito deixara de amar. Tinha de se separar.

Entrou em casa. Ridiculamente nervoso. Em passos apressados e rígidos entrou na sala.

- Luísa, temos de conversar.

- Diz, meu amor.

- Luísa, ouve-me com calma, até ao fim. Não é simples, para mim, o que tenho para te dizer. Encontrei outra pessoa. Quero divorciar-me. Eu nã...

- Que bom, Joaquim, assim posso viver às claras a minha longa relação com o teu amigo Marcelo.





Ericeira, 2 de Julho de 2005



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sábado, julho 02, 2005

Amarragens # 9


Como gostei de ler! Aqui.

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Era a musa da passerelle até ao trambolhão das rugas.

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Da Sabedoria Popular


Em Julho nunca a água do rio fez barulho.

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sexta-feira, julho 01, 2005

Vasculhando o Sótão


Dois envelopes que me foram oferecidos pelos CTT, há alguns anos, aquando de uma visita de estudo com os meus alunos.



Aquilino Ribeiro e Fernando Pessoa




Quiosques de Lisboa


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