domingo, dezembro 31, 2006



A 2007 E A TODOS NÓS!


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sexta-feira, dezembro 29, 2006

Entre dois tempos


abri as portas da memória
e no laranja amarelo da lareira
que aquecia a mansão antiga
refugiei-me no quarto
naquele
onde sabia ter guardado a memória
a minha?
a dos meus dias?
ou simplesmente a memória?
o eco do passado nos passos presentes
a espuma que o tempo não engolira
a ressaca desafinada dos dias vividos
o fio que, quebrado, ali recuperava
a ânsia com que se conta da vida
as tonalidades
e a nostalgia de saber que do passado
nem as memórias são mentiras
acrescentos
onde se duplicam as vivências
e onde se espreme das histórias
o que já não existe


sopro de vento a que chamamos brisa.


HFM - Lisboa, 27 de Dezembro 2006



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quarta-feira, dezembro 27, 2006

Citando # 165


A definição de belo é fácil: é aquilo que desespera.

Paul Valéry



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sexta-feira, dezembro 22, 2006

Para os que comigo compartilham este espaço


DAS VIRTUALIDADES

Sento-me na mesa virtual
e reconforto-me

ao meu lado os amigos
a quem, na maior parte,
desconheço o rosto
mas cujas palavras aquecem
as horas
numa linha ascendente e pura


Um novo Fernando Pessoa?
o Picasso futuro?
que me interessa
se deles tenho a solidariedade
o companheirismo
a partilha de ideias
e o incentivo que não deixa quebrar?


A todos vós a que conheço
ou desconheço o rosto
o abraço fraterno


minha prenda de Natal!



e o melhor para 2007


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quinta-feira, dezembro 21, 2006

Vasculhando o sótão




Penso que possa ser uma boa prenda para o Natal e para o frio com que estamos ;)


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terça-feira, dezembro 19, 2006

Um poema muito velhinho


mas que se enquadra na quadra ;)

TRÍADE

Na tríade
das divindades
o Deus-menino
era o meu preferido.

Porquè?

Por ser Deus
ou ser menino?

Simplesmente
por tão pequenino
não saber
do seu ofício.


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segunda-feira, dezembro 18, 2006

Do olhar


direitos ao Tejo
vão meus passos loucos
palmilhando o tempo
empedrando-se nas colinas
sorvendo da luz a essência
ritmando-se ao sabor do sol

de Lisboa carrego o encanto
e as desavenças

equilíbrio instável onde me transfiguro.


HFM - Lisboa, 17 de Dezembro 06



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domingo, dezembro 17, 2006

Amarrações durante a Cabotagem # 6




Citizen Mary

Nu Singular

Obvious - post Publicidade criativa

Pé de Meia

Propylaea


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sexta-feira, dezembro 15, 2006

Sem título


Um sussurro colheu o eco do mar
na lâmina da transparência

- silenciou-se a solidão!


HFM - Lisboa, 14 de Dezembro de 2006



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quinta-feira, dezembro 14, 2006

SNBA





Ontem fui ao lançamento do livro de Cristina Azevedo Tavares na Sociedade Nacional de Belas Artes.

A Cristina foi minha professora e, na altura, já nos falou um pouco do seu trabalho sobre esta instituição centenária. A sua tese de doutoramento está na base deste livro

A SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS ARTES - UM SÉCULO DE HISTÓRIA DE ARTE


Para já, dizer apenas que, da apresentação e do que Cristina contava nas suas aulas, tenho imensa vontade de o ler. Darei depois a minha opinião.


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quarta-feira, dezembro 13, 2006

Sem título


surpreendem-me de manhã as rosas
orvalhadas de cores descontínuas
onde me afogo em cada alba.


HFM - Lisboa, 23 de Novembro de 2006



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terça-feira, dezembro 12, 2006

Anoitecidos


Corri ao desencontro. Fuga do vento em muralhas desfeitas. Longa é a cadência do intervalo. Um condicional. No meio do tempo – o tropel do silêncio.

Lisboa, 11 de Dezembro de 2006



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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Passeio com o CNC à Real Fábrica do Gelo - 1ª Parte


No sábado fui fazer mais um passeio com o Centro Nacional de Cultura para conhecer a Real Fábrica de Gelo na Serra de Montejunto - a capelinha de Nossa Senhora das Neves, na mesma serra e perto da fábrica e, depois do almoço, o Convento do Varatojo.

A Fábrica do Gelo que era feito em tanques e depois guardado nos silos da fábrica era, posteriormente, conduzido para Lisboa por burros até ao rio donde vinha de barco. A fábrica funcionou desde os finais do séc. XVIII até aos finais do séc. XIX.

De lamentar o estado de abandono a que está ainda votado. Ao seu lado inadmissivelmente foi feita uma pequena base militar. Assim é tratado o nosso património!

os tanques onde a água era armazenada até ficar em gelo

a fachada superior da Real Fábrica do Gelo

o interior da fábrica perfeitamente ao abandono

vista lateral do conjunto da fábrica

os silos


chovia e o chão estava completamente atapetado e as castanhas davam-lhe um toque de luz e brilho.


a beleza da paisagem quando conseguimos que as casernas fiquem ocultas!


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Passeio com o CNC - 2ª Parte


A Capelinha de Nossa Senhora das Neves situa-se mesmo no alto da Serra de Montejunto onde o frio e a chuva estavam bem agrestes. Mas, assim, a visão ainda foi mais bela.

A capela era de grande devoção dos "neveiros". O interior tem pormenores naïf de grande beleza.


a capelinha


a sacristia


uma bela imagem muito naïf


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Passeio com o CNC - 3ª Parte


O Convento franciscano do Varatojo fica junto a Torres Vedras e é obra do reinado de D. Afonso V com todos os acréscimos posteriores. A precisar de algumas obras urgentes.

Destaco, acima de tudo, o claustro e a igreja da qual só consegui que ficasse, mais ou menos nítida, uma fotografia.



janela exterior junto às escadas


a escadaria de azulejos em muito mau estado de conservação - vista da galilé


uma janela do interior da galilé


painel de azulejo do interior da igreja - Sto. António ainda criança




PORMENORES DO CLAUSTRO








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domingo, dezembro 10, 2006

Amarrações durante a Cabotagem # 5





Abbattoirblues

Bonecos de Bolso

Ninguém

Piano

Tubo de Ensaio

Words


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sexta-feira, dezembro 08, 2006

The Travel Cooler


onde encontrarão uma entrevista que Anni Poulsen me fez sobre Lisboa e sobre os meus esboços. Como o nome indica é um site de viagens que recomendo.

A entrevista pode ser lida aqui.


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quinta-feira, dezembro 07, 2006

Conversas de café


Bebiam a bica enquanto folheavam o jornal e entre si iam comentando os diversos acontecimentos. Eram habitués daquele café central da Baixa desde o tempo em que ainda trabalhavam. Ficara o vício e hoje vinham até ali, quando nenhum reumatismo ou outro achaque próprio da idade os impedia, desentorpecer as pernas e alimentar a amizade.

De repente, a calma mansa que percorria o café àquela hora foi cortada pela conversa acalorada e gesticulante da mesa ao lado onde se tinham sentado dois jovens – um rapaz e uma rapariga.

Os dois velhos olharam um para o outro e sabiam que estavam ambos a pensar na mesma coisa – no seu tempo a conversa seria outra. Um rapaz e uma rapariga num café estariam lá a discutir e a falar alto! teriam mais é que aproveitar o tempo! raio de juventude! e ainda por cima que conversa mais desconchavada.

- Com raio! – disse baixo Joaquim enquanto com a cabeça fazia um sinal na direcção da mesa do par jovem!

- Percebes alguma coisa? Português é mas há palavras que mais parecem chinês – acrescentou Alexandre, um pouco mais alto, acusando um ouvido mais deteriorado. - Será código ou serão extra-terrestres?

Entretanto na cara de Joaquim tinha-se perfilado um enorme sorriso e com aquele ar entre o matreiro e o gozão que todos que o conheciam lhe sabiam familiar, acrescentou:

- São tlebeiros, pá!





HFM - Lisboa, 6 de Dezembro de 2006



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terça-feira, dezembro 05, 2006

Como é possível?




jogar tão mal?

Ser adepta não é ser cega.


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na fímbria da chuva
a poalha dos anos.


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segunda-feira, dezembro 04, 2006

Nos ciclos da noite


Nem só uma nota dissonante
nem o vibrar de uma folha
a noite tange a sombra
e a fornalha
Na ausência da luz avoluma-se
o tédio e o desgaste
e ainda a febril pausa daquele momento
estático e belo
onde as sombras dançam nos acasos
como transparências descoordenadas
de crianças


promessas que a alba, se assim lhe aprouver,
transformará em certezas.



HFM - Lisboa, 1 de Dezembro de 2006



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domingo, dezembro 03, 2006

Amarrações durante a Cabotagem # 4

100nada

Arestália

Cidade Mágica

Citizen Mary

A Montanha Mágica

A Rasar o Céu


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sexta-feira, dezembro 01, 2006

Do diário


Uma poalha de nuvens cobria o mar e as ondas eram um arremesso futuro - caminho entre a terra e o mergulho.

Nos caminhos das rochas só o vento se espraiava ou uma inquieta gaivota. Tudo o mais silêncio de ondas quebradas e a certeza de que a vibração era duma força milenar.

Na manhã sem enredos nem rédeas a ternura da poalha e o cantochão das ondas onde se aceleravam promessas.

No dia da Restauração, restaurei-me de energias.


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