domingo, agosto 31, 2008

Para o Eduardo Graça




Página do livro Retours à Alger com aguarelas de Jacques Ferrandez e textos de Rachid Mimouni.


Quando vi esta estela, aqui aguarelada, do escultor Louis Benisti (amigo de Camus) pensei imediatamente no meu amigo Eduardo, grande conhecedor de Camus. Um mimo em retribuição de outro com que ele me mimoseou, vai para dois anos, quando aqui coloquei uma aguarela minha do pequeno claustro de S. Francisco em Fiesole sobre o qual Camus tinha escrito belos textos e que o Eduardo imediatamente publicou no Absorto.

Vivam as empatias!

Nota: Na stela está escrito: "Je comprends ici ce qu'on appelle gloire. Le droit d'aimer sans mesure."


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quinta-feira, agosto 28, 2008




Quando a água não é só linha o devaneio acrescenta a figura e o mar envolve-a.



Na gruta cresce o ronco do mar e a espuma é a porta que nos encerra. Súbtil. Efémera. Feita de gotas que crescem em ondas. Devastantes. Abatendo-se sobre a figura onde o nós se perfila.







Rente. Rente. Rente ao mar e à poesia. No solstício de uma cantata.


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terça-feira, agosto 26, 2008


Quando a linha é indefinível cerram-se todos os ângulos, fecham-se as comportas, muralham-se as cidades, encarceram-se as pessoas.

Quando a linha é definida há a possibilidade de escolha; mesmo quando não acertada é preferível à hesitação, à indefinição, ao medo.

A escolha é sempre pela liberdade - mesmo da linha.


HFM - Lisboa, 25 de Agosto de 2008






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segunda-feira, agosto 25, 2008

Porque


há poucos dias teria feito 100 anos. Achei-o uma raridade.





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quarta-feira, agosto 20, 2008

Sem título


No vão das palavras
recolho o silêncio
e a água das cisternas.


HFM - 1 de Agosto de 2008



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segunda-feira, agosto 18, 2008

Sem título




Quando dos dias
sobram os reflexos
na luz de cada sopro.


HFM - Londres 2008



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sexta-feira, agosto 15, 2008

Citando # 192


Toute réussite déguise une abdication.

Simone de Beauvoir



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quarta-feira, agosto 13, 2008


Ouvi-te falar do sorriso. Sorri. Será sempre a melhor resposta. O sorriso é uma forma tão encoberta de silêncio. Como uma ausência. Um estar sem estar. Um enigmático falar que por estereótipos reconhecemos. Ou julgamos reconhecer.

Não fales do sorriso.

Deixa que ele venha. Sem convenções. Sem trejeitos. Sem momices.

Uma leve textura que a boca desarrume no rosto.


HFM - Lisboa, 7 de Agosto de 2008



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segunda-feira, agosto 11, 2008

Do Grande Silêncio


dir-te-ei do silêncio
das íngremes escadas
da pedra húmida
por onde se soltam
os sons de um canto cavo
e a esperança de algures


dir-te-ei da paz
solitária
onde o silêncio é pleno
e a vida se escoa
num balancear lento
de antanho.


cá me reconheço
peregrina da dorida procura
sem um Deus
mas com sentido
interrogações e afectos


na pequenez do grande silêncio.


HFM - Lisboa, 12 de Abril de 2008



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sexta-feira, agosto 08, 2008

Caligrafia chinesa




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quinta-feira, agosto 07, 2008

Recuperando


dois excertos da primitiva Linha de Cabotagem quando ainda assinava sob pseudónimo - Sara Xavier. Ambos tinham o título Anoitecidos que ainda vou utilizando...


As mãos exercitam-se. Fazem ginástica nestes estudos ao teclado que me lembram o piano. Escrevem. Percorrem as teclas num ritmo rápido e cadenciado, cada dedo ocupando o seu espaço certo e alinhando, num bailado ingovernável, as vogais e as consoantes. Aqui, quebram o ritmo. Ali adensam o tom. Acolá agitam um trocadilho. Mais adiante suspendem uma bruma.

Na noite as mãos ganham vitalidade. Voluntariamente atiram-se a esta ginástica e incansáveis dedilham o teclado. É tal o seu fervor que me espantam.

Com um sorriso matreiro confidenciam-me que a ginástica é precisa para continuarem a exercer a ditadura sobre as palavras. As minhas palavras!

Lisboa, 20 de Janeiro de 2004

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São simples as linhas da noite. Espaços compreendidos entre o silêncio e o escuro onde, incompreensivelmente, a cor domina nas fantasias que alargam olhares e sentires.

Lisboa, 21 de Janeiro de 2004


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quarta-feira, agosto 06, 2008

Citando # 191


Parce que le vent est le seul assaut en ce pays de patience, je n'imagine pas de frontière au besoin de vivre.

verso retirado de um poema de Paol Keineg



pode ser lido aqui.

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segunda-feira, agosto 04, 2008


O futuro? um devir que não pediu a tua opinião muito menos os teus sonhos.

HFM - Agosto 08



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sexta-feira, agosto 01, 2008


Dizer-te das horas caladas
dos símbolos sem códigos
do silêncio do depois?
ó meu amor, o tempo
não se acrescenta
cada minuto é uma expressão
e o sentimento a sua alma

apagam-se os rancores e as sombras
quando as pontes têm mãos.


HFM -Lescheraines, 04.06.08



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