terça-feira, julho 05, 2005

Realidade



Joaquim toda a vida dera facadas no matrimónio. Mas agora era pior. Aquilo não era como das outras vezes. Era paixão. Era amor. Era ânsia. Era um estranho sentimento que o dominava.

O que fazer? Sempre estimara a mulher. Com nada lhe faltara. Dera-lhe tudo. O seu nome. Férias. Casas. Tudo o que ela quisera. E voltava sempre. E a pobrezinha que não desconfiava de nada! Sempre bela e acolhedora. Uma mulher perfeita!

Mas Joaquim sabia que agora tudo era diferente. Tudo teria de mudar. Não conseguia viver separado do seu novo amor. Não conseguia viver lado a lado com a mulher que há muito deixara de amar. Tinha de se separar.

Entrou em casa. Ridiculamente nervoso. Em passos apressados e rígidos entrou na sala.

- Luísa, temos de conversar.

- Diz, meu amor.

- Luísa, ouve-me com calma, até ao fim. Não é simples, para mim, o que tenho para te dizer. Encontrei outra pessoa. Quero divorciar-me. Eu nã...

- Que bom, Joaquim, assim posso viver às claras a minha longa relação com o teu amigo Marcelo.





Ericeira, 2 de Julho de 2005



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