onde estão as pedrinhas que te dei nessa tarde de verão? arrumadas numa gaveta com a tua habitual minúcia? lançadas ao mar para que perenes nos prolongassem? ou num assomo de raiva atiradas para a borda de um qualquer caminho?
pedrinhas com que lavrámos a sangue esse abrasivo amor que o calor não derretia. derreteu-o o tempo - lapidar esfuminho das nossas vidas.
onde estarão as pedrinhas? ainda terão a coloração do sangue? - só o desfoque da minha memória nessa tarde de estio quando o mar roncava forte sobre equinócio das nossas mãos indivisíveis.
onde estarão as pedrinhas? na minha memória consentida.
HFM - Lisboa, 14 de Abril de 2007
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