quinta-feira, dezembro 24, 2015

Boas Festas




A todos os amigos e a todos que aqui venham desejo Boas Festas.

Junto um texto de Miguel Torga escrito em S. Martinho de Anta a 24 de Dezembro de 1960 que, apesar de antigo, é ainda tão actual.



Natal. Já tudo dorme, e só eu, na casa, rumino ainda as rabanadas. Que significam elas afinal? O mundo estará realmente povoado neste momento por uma nova esperança? Não se ouviram passos auspiciosos ao dar da meia-noite, nem houve. com certeza, parto divino em nenhuma maternidade ou estábulo.  Mas sabe-se  que os grandes enviados chegam sem ruído, que o nascimento de que se trata é doutra natureza, que a luz esperada tem de acender-se dentro de nós. Por isso, quando digo mundo penso nos meus próprios limites, e neles procuro descortinar os sinais concretos da maravilhosa presença. Timidamente, aflora-me aos lábios uma palavra, que só de ser balbuciada aviva a chama da lareira. Amor - repito, alvoraçado. Mas não vou mais longe. Desalentadoramente, a boca, como um sino sem alma, deixa de vibrar. É que, por artes de não sei que espírito invisível e demoníaco, começa a desfolhar-se diante dos meus olhos um calendário de dois mil anos. E, nele, a palavra mágica, que impulsivamente me saiu da alma, escrita em vão duas mil vezes...

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quarta-feira, dezembro 31, 2014

 


Com esta dupla, página feita em dias diferentes, desejo a todos o melhor para 2015.

Até para o ano!

terça-feira, dezembro 31, 2013

 
 

sexta-feira, junho 14, 2013

Poema inicial


 



os olhos eram sorriso
na transparência azul do mar
 
a ternura -
paleta infinita onde se misturavam
as cores de cada sorriso

no caleidoscópio do olhar
recriava-se o arco-íris.

HFM - Lisboa, 14 de Junho de 2013

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domingo, junho 02, 2013


sorri ao mar
a borboleta cortejava a papoila
o sol invadia o espaço

um pouco mais
teria tocado o absoluto.

HFM - Ericeira, 1 de Junho de 2013

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segunda-feira, junho 04, 2012

A cor


HFM - Aurray na Bretanha




sexta-feira, maio 04, 2012

Velhinha



Mas com nostalgia desses belos dias que passei em Aveiro. Reflexo de moliceiro na ria.

segunda-feira, janeiro 16, 2012

Por detrás do vidro


Há no retrato a penumbra
a sombra de uma presença
miragem sem tempo
espelho sem retorno nem alegoria

um rosto esculpindo uma memória antiga.

HFM - Lisboa, 12 de Janeiro de 2012



quinta-feira, janeiro 12, 2012

Escrever. Escrever como se o mundo não existisse e o tempo fosse volátil. Escrever como se as palavras se libertassem num estuário onde se pudessem expandir. Sem bifurcações. Sem sentidos proíbidos. Sem notas dissonantes. Numa harmonia que o próprio caos criaria.

Assim apócrifas, as palavras seriam o verdadeiro contraponto do sentir.

HFM - 2011

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quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Mensagem de permanência


Apenas uma mensagem com medo que o blogue desapareça no espaço logal. E que hoje dia de sol no outono lisboeta venho refrescar com a mesma vontade do parágrafo anterior.