Quando a insónia teima em persistir
Não, não é da noite a insónia
o que arrasta as lembranças
é do local o silêncio
e o piscar do farol ensandecendo
o negrume.
No cinzento do sono deixo o olhar
partir e invento-lhe o travo
que sei de maresia
nos meus olhos memorizo o tempo
e da tempestade os sedimentos.
Comigo a afonia da noite
e a paz deste mar
quando os seus elementos se congregam
com as forças telúricas
na âncora das suas raízes.
Não, não é da noite a insónia
o que pulveriza as lembranças
é do medo o grito e da noite
este silêncio de presságios
manta agasalhando o devir.
Ericeira, 5 de Julho de 2006
Etiquetas: Poemas HFM
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