Visitando São Carlos com o Centro Nacional de Cultura
Ontem o São Carlos abriu-me as portas daquilo que eu não conhecia. Voltei ao foyer, à sala mas o que realmente ali me levou foi conhecer o que está por detrás de... o Salão Nobre, antigo salão das Oratórias onde na Quaresma era tocada música sacra imprópria para ser ouvida na sala onde peças "menos próprias" eram tocadas e ouvidas habitualmente. Um belo espaço apesar dos seus demasiados dourados, para meu gosto. Dali seguimos para a parte mais alta do edifício por cima da chaminé que está no centro da sala onde se encontra o lustre e que serve para escoar todos os fumos. Uma intrincada sucessão de traves de madeiras suspensas por grandes vigas de ferro(?). Ao lado, por detrás de uma grande porta corrida em ferro - a teia. O local onde são suspensos todos os cenários e tudo o que se encontra suspenso no palco e onde ainda se encontra a cortina de ferro. Daqui seguimos para o guarda-roupa - um amontoado de fatos, chapéus e todos os adereços inimagináveis. Sempre pensei que estivessem arrumados e bem tratados. Foi-nos dito que eram frequentemente escovados e tratados mas impressionou-me aquela amálgama sobreposta de tantos adereços que abrilhataram ballets, óperas e tantos outros espectáculos.
o guarda-roupa único local que nos foi possível fotografar
a amálgama de chapéus e outros adereços
Como nota apenas dizer que o São Carlos foi construído em 1792 em comemoração da gravidez da mulher do Príncipe D. João - Carlota Joaquina - que se encontrava grávida e, portanto, para comemorar a descendência. Mais estranho e quase inacreditável o São Carlos foi construído em seis meses!!! e o seu arquitecto José da Costa Silva. Outro pormenor que me fez pensar - os actos das óperas da altura era pequenos pois não podiam exceder o tempo que duravam as velas que eram, então, substituídas para o acto seguinte.
Esperava bastante mais desta visita pois, seguramente, muito ficou por ver em especial os camarins.
A saída foi feita junto ao palco que pudemos visitar e constatar aquilo que sempre soubera - a grande inclinação do palco - o que sempre ampliou o espanto dos saltos que ali vi dar a Nureyev.
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