Sussurro Matinal
Dir-te-ei do nevoeiro que adensa as palavras
das fugas perpendiculares às esquinas
quando a criança afirma a vontade
e o dia esmaece na rotina multiplicada.
Dir-te-ei das sementes que se afogam
na insalubre carapaça onde os homens
derretem a primeva pureza.
Dir-te-ei da cor que cobre a terra
e das folhas acumulando-se nas promessas.
Dir-te-ei desta pendular insaciedade
nas tuas mãos plasmada.
Lisboa, Fevereiro de 2006
Etiquetas: Poemas HFM
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