sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Sussurro Matinal


Dir-te-ei do nevoeiro que adensa as palavras
das fugas perpendiculares às esquinas
quando a criança afirma a vontade
e o dia esmaece na rotina multiplicada.
Dir-te-ei das sementes que se afogam
na insalubre carapaça onde os homens
derretem a primeva pureza.
Dir-te-ei da cor que cobre a terra
e das folhas acumulando-se nas promessas.
Dir-te-ei desta pendular insaciedade


nas tuas mãos plasmada.


Lisboa, Fevereiro de 2006



Etiquetas: