domingo, maio 06, 2007

No dia da mãe um poema antigo


NO TEU DIA E NA TUA AUSÊNCIA

Sobra nos anos a solidão
e a memória.
Secou a água nas jarras
e nem o calor
hoje, invade a varanda.


Esfuma-se a tua imagem
perdidos que foram os risos
avolumando nos sentires a revolta
e as rainhas-cláudias perderam o sabor
quando se substituíram às caranguejas.


Restam as mãos que te sabem
e a dor da desfocagem
que nem as fotografias corrigem.


E eu, qual lenda antiga,
prossigo inabalavelmente
demandando o teu líquido amniótico.



HFM - Lisboa, 30 de Junho de 2005

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