Diurnos # 10
Estão gastas as pedras. As pedras destas ruas que palmilho há longos anos. Com os passos traquinas da criança. Os passos apressados da adolescente na febre de ser e viver. Nos passos calmos de hoje enquanto observo os locais, as transformações e absorvo as palavras que, à toa, vão tomando corpo.
A calçada continua desamparada na posição anárquica das suas pedras e em mim, em contrastes, enfileiram-se os acontecimentos que o tempo sedimentou. Sem amarguras, nem rancores. Apenas olhando as horas de que sou feita.
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