Diurnos # 2
A borrasca percorre o ar e agiganta-se do mar. Corre um ar quente e denso. Não se vê a serra e o cabo é apenas uma mancha que parece saída de algum quadro de Rothko. O ar está parada e alguns coelhos atrevem-se a cruzar o pequeno empedrado ali mais à frente. Tudo o mais está quieto. Expectante. Calor dissimulado nos dias de bruma.
Virá só o calor ou de nenhures regressará D. Sebastião? Creio que isso bem pouco importa. Venha qualquer coisa menos esta borrasca que se anuncia.
O mar descansa na sua dorida imensidão.
Ericeira, 8 de Junho 05
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