quarta-feira, junho 01, 2005


Os olhos traziam respostas e os dias omitidos. Eram vagas as palavras silenciadas. Não reparávamos nas gentes e o bulício não nos incomodava. Sozinhos, frente a frente, desfolhávamos passado e presente na pressa das harmonias e dos silêncios. Não havia mais tempo e nele tinham de caber os dias partilhados e os perdidos e todas as promessas que o olhar pressagiava. Não havia tempo e o minuto eternizou nas mãos o palimpsesto das vivências. Nós, o tempo, o silêncio e o olhar prospectivavam, em progressão geométrica, a arquitectura da eternidade.

Maio 05



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