Catarse
A dor da solidão das palavras
devora-me em silêncio.
Apesar de tudo escrevo-as.
Sei que lentamente
quase em ausência
afastava-me delas
libertava-as
depurava-as
cedia-lhes a escolha
punha-as à bulha
sem freios nem ambiguidades
desfocava-as, ainda,
para que
feitas outras
partissem
num voo sem rumo
então
talvez um dia
em dualidade
nos encontrássemos noutro acaso da vida.
Ericeira, 6 de Junho de 2007
Etiquetas: Poemas HFM
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