terça-feira, agosto 30, 2005

Anoitecidos


Alinha-se a noite, como se fosse a primeira. Desce um cinzento que esfuma tudo o que se insinua no horizonte, depois o breu e algures a promessa da lua que ainda se não vê. Só as luzes quebram o medo e o mar que só se ouve e pressente. Uma ausência aparente. Um hiato. Uma melodia que alguns ruídos invadem. E, quanto se julga que tudo está certo e acalmado, a noite muda e clareia. Não, não é o dia ou a sua promessa. Apenas os nossos olhos se habituaram à poalha e, usando dos outros sentidos, emudecem o breu e regozijam-se.

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