segunda-feira, junho 20, 2005


Todo o corpo obedecia a um ritmo certo, melhor, certeiro. Harmonioso. Milimetricamente estudado. Mimeticamente construído.

O traçar da perna. O ajeitar do cabelo. O timbre e o tom da voz. Aquele jeito acrobático de levar a torrada à boca e evitar que algum bocado de manteiga lhe sujasse a blusa. A lisura da roupa da época. Sem pretensiosismo. As mãos percorrendo coreografias na direcção dos que a escutavam.

Ao lado, alguém apontando na sua direcção exclamou:

- Mas que cromo!



hfm - Ericeira, 2005



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