Todo o corpo obedecia a um ritmo certo, melhor, certeiro. Harmonioso. Milimetricamente estudado. Mimeticamente construído.
O traçar da perna. O ajeitar do cabelo. O timbre e o tom da voz. Aquele jeito acrobático de levar a torrada à boca e evitar que algum bocado de manteiga lhe sujasse a blusa. A lisura da roupa da época. Sem pretensiosismo. As mãos percorrendo coreografias na direcção dos que a escutavam.
Ao lado, alguém apontando na sua direcção exclamou:
- Mas que cromo!
hfm - Ericeira, 2005
Etiquetas: Escritos
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