Tardes de leitura
Gosto do remanso das tardes de leitura. Deitada sobre a cama ou espreguiçada no maple deixo-me envolver pela voz ritmada das palavras, pelas suas efabulações ou ainda pelo intrincado enredo da história que elas constróem e que me permite, ousadia calada, compor e recompor a narrativa como se ela me pertencesse e fosse eu que a dominasse. E que prazer quando, por um acaso, é minha a história que ali vem contada! isto é, antecipei-a na minha cabeça e o autor serviu-se dela. Quase que me zango; não com o autor mas comigo por a não ter previamente registado!
Gosto destas tardes de leitura e de escrita imaginária quando, embalada pela leitura percorro a palavra na senda da imaginação. Falta-me apenas dominar a palavra, recriá-la, construí-la, reconstruí-la, dar-lhe omissos significados. Infelizmente isso já não é possível pois ela, ali, pertence ao autor.
Gosto destas tardes de leitura em que, aqui, comigo, me ausento de mim.
Etiquetas: Escritos
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