quinta-feira, outubro 21, 2004

Discorrendo


Guardo ainda a criança nas mãos do tempo
extravagante e ébria como o pião de madeira
correndo desgovernado ao sabor do cordel;
há nela o grito lento da antecipação
o jogo das formas no claro/escuro da parede
a vitalidade irreflectida da chegada
e o perfume das rosas na tarde que finda.

Guardo ainda a criança nas mãos do tempo
que os dedos percorreram sem limites
e o mar inundou na fúria do equinócio.

É já outra a criança e, contudo, tão só ela!

Lisboa, Outubro de 2004

Etiquetas: