Discorrendo
Guardo ainda a criança nas mãos do tempo
extravagante e ébria como o pião de madeira
correndo desgovernado ao sabor do cordel;
há nela o grito lento da antecipação
o jogo das formas no claro/escuro da parede
a vitalidade irreflectida da chegada
e o perfume das rosas na tarde que finda.
Guardo ainda a criança nas mãos do tempo
que os dedos percorreram sem limites
e o mar inundou na fúria do equinócio.
É já outra a criança e, contudo, tão só ela!
Lisboa, Outubro de 2004
Etiquetas: Poemas HFM
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