quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Sem título


O passado tenta entontecer-me
num espelho despido
reflecte as diferenças
as minhas
as da cidade
as do tempo

sorrio-lhe enternecida
sossegada
cerram-se as estações
mas nesta encontrei
os sedimentos da vida
que construí

uma linha a que vou esbatendo os contornos.



Nota: normalmente em viagem poucos poemas escrevo e tento, mais tarde, não os corrigir; ficam como um esboço, um traço impressionista que guarde o momento, o sentimento, o olhar e tudo o que levou a que aquelas palavras se sucedessem. Geralmente são muito fracos mas são, como os meus esboços, as minhas melhores fotografias.

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