sexta-feira, julho 13, 2007

50 ANOS DE ARTE PORTUGUESA




uma exposição a não perder na Fundação Calouste Gulbenkian.

Esta exposição, onde os passos não se perdem, tem duas vertentes - as obras e os projectos que em múltiplas formas nos são apresentados. Estão ali representados um grande número de bolseiros da Gulbenkian mais ou menos conhecidos; dos que conheço, esta apresentação espelha bem parte do percurso menos conhecido da sua obra; dos outros foi um prazer percorrer o suporte especialmente o manuscrito onde as suas esperanças, conceitos e projectos são o espelho de uma época e das influências com que construimos o nosso palimpsesto.

Voltarei, seguramente, para melhor me deter na caligrafia, mais ou menos aprimorada, que suporta uma grande quantidade dos relatórios que obrigatoriamente os bolseiros tinham de enviar à Fundação. Há ali preciosas informações onde não falta o humor, o rigor (o pormenor das exposições visitadas, entre outros) e alguns lamentos que definem as suas dificuldades materiais. Refiro a caligrafia pois ela sobressai. Está ali a descoberto o tempo em que se enviavam relatórios, cartas e outros trabalhos manuscritos, talvez na linha de separação desse outro tempo de formatação colectiva (apesar de todas as suas vantagens) dos trabalhos passados à máquina de escrever e posteriormente digitados no rigor dos malabarismos do imprescindível computador.

No piso inferior destaco uma carta de Vieira da Silva sobre a sua nova descoberta nos "novos" portugueses que andavam por Paris - o "rapaz", como ele lhe chama - Costa Pinheiro.

O dia estava quente e o sol da manhã filtrava todos os verdes do jardim emprestando tom e uma serenidade aconchegante ao ambiente.

Patente até 9 de Setembro.


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