A hora dos quotas (cotas?)
Não era ainda a hora da bisca, nem da renda, nem tão pouco dos passeios infantis. A Quinta dos Lilases acabava de acordar do remanso da noite. Lá dentro os maduros. Com poucas excepções, muitos cotas! Alguns vestidos a rigor e desafiando o peso dos anos no excesso da corrida. Outros, molengões, certamente obedecendo à receita médica. Outros apenas disfrutando o prazer do cheiro da manhã, da hora serena que se junta ao tónico de um bom passeio. Uns para cá, outros para lá, numa ordeira sucessão de passos e corridas. Há uma renovação a que os cotas estão a aderir. Lentamente. Olhando-se. Olhando de viés os mais novos que invadem o seu espaço e a sua hora. Mas resistentes.
Assim o fossem as quintas que havia no Lumiar. Abertas ao público a dos Lilases e a das Conchas sendo que esta última está há longos meses a mudar de rosto – de acordo com o que espreito nos espaços por onde ela se vislumbra - e creio que deixará em breve de ser uma quinta, bela, com espaçoso relvado, cheia de árvores e carreiros para ficar um parque disciplinado com esplanada e uma casa em tons avermelhados e ruas empedradas que dão lugar a algumas árvores que o Pipi (o Lopes, da Câmara) achou desnecessárias!
Não gosto de falar antes de tempo e ela ainda não foi aberta ao público mas sinto que vamos perdendo as poucas quintas que ainda nos restavam para domesticarmos o urbanismo incaracterístico e provinciano.
Etiquetas: Escritos
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