quarta-feira, julho 30, 2008

Sem título


Há um sol afoitando-se no vento
há a claridade única do mar
um silêncio parado
presságio
de tantos rumores


e a incurável certeza dos segredos.


HFM - Lisboa, 26 de Abril de 2008



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segunda-feira, julho 28, 2008

Citando # 189


"...um poeta deve deixar vestígios e não provas da sua passagem. Só os vestígios fazem sonhar".

René Char



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quinta-feira, julho 24, 2008

Sem título

são de sangue as palavras rotas
sílabas despronunciadas
acasos de sons


um monólogo sempre a acrescentar.

Lisboa, 5 de Julho de 2008

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sábado, julho 19, 2008

Sem título

quando o risco se apagar
no mar projectarei
o infinito


Ericeira, 10 de Julho de 2008

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quinta-feira, julho 17, 2008

Citando # 188




Encontrei este postal numa boutique em Aix-en-Provence, apetecia-me ter trazido todos os que havia por lá. Trouxe alguns para distribuir pelos amigos. Este guardei-o para mim.

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terça-feira, julho 15, 2008






São claras as linhas dos sons. Intervalos por onde escorrem as montanhas. Regressos. Convulsões. Silêncios que nunca se encontram. Falhas geradoras de outras falhas. Asfaltos. E a pequenez cósmica de quem observa. Desmedidos olhares. Tementes. Confusos sentires. Peso. Fantasmas de omissões. Cisternas esquecidas onde se não encontra o tesouro. Como num electrocardiograma a linha recta da pequenez humana. Adiante. Defronte. Ao redor. Um mágico círculo de opressão - o sublime!

Cirque du Fer à Cheval, França, Alpes - Junho de 2008


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sexta-feira, julho 11, 2008

Na casa de Dalí em Port Lligat ao lado de Cadaquès



Port Lligat



De dentro para fora











Estúdio e os originais






Pormaiores









Zona da piscina



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quarta-feira, julho 09, 2008

(In)discurso ou o vento despenteando a coerência


palavras sem terra. mordidas. desossadas. fuga de sons na noite sem pirilampos. flashes de letras amalgamando os sentidos. destruídos. um sonho esvoaçante. sem sentido. ou sedento de sentir? um voo rasante das pedras puras. das palavras parcas. uma ausência na finura do pensamento. vaga linha distorcida. um remate. imperfeito. a imperfeição da perfeição que se insinua. o grito. o gesto. o cheiro. a palavra doentiamente só. incorrectamente pura. assente na linha que não existe. só pontos. desunidos. em planos não sobrepostos. invisíveis como a condição necessária e suficiente. matematicamente incorrecta. literariamente supérflua. humanamente recalcada. linha. pontos. planos. palavras. palavras. palavras que o vento desuniu.

HFM - Roses, 24 de Junho de 2008



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segunda-feira, julho 07, 2008

1ª página do diário de viagem



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sexta-feira, julho 04, 2008

Sem título


quando as mãos se abrirem
a água correrá nos desertos
clareando horizontes.


HFM - Lisboa, 3 de Julho de 2008



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quinta-feira, julho 03, 2008

Só podia ser para uma pessoa





Quando junto à Cité de Carcassonne parei o meu "velho" carrito logo este se impôs, arrogante, triunfante, impante; contudo, belíssimo e polidíssimo... confesso que tive uma certa invejinha, tenho que falar baixinho não vá o meu carro ouvir e ainda quero que me leve por muitas outras estradas fora...

Mas, obviamente, que quando o vi só poderia ter pensado numa pessoa - no meu amigo Carlos Peres Feio. Ele que me diga que máquina é esta, o ano e toda a parafernália de informação que um amante de "máquinas" sabe seguramente. Garanto-te, Carlos, que o carro tinha quase mais mirones do que a Cité...

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terça-feira, julho 01, 2008

Momento sublime


era o silêncio escalando montanhas
era a primeva hora do dia
era o cinzento fazendo-se verde
apascentando o gado e o lago
era a viajante em telúrico espanto
colhendo na natureza
a ancestral energia
isenta de interrogações
rasto de terra na nudez do silêncio.

As mãos penduraram-se em concha
na textura da rocha.

HFM - Lescheraines, Alta Sabóia, Massif des Bauges, 1 de Junho de 2008